Liderança de Pensamento

Você já jogou qual é a palavra?

Se você não jogou esse clássico da infância, talvez seja hora de experimentar!

O jogo Qual é a Palavra? da Pais e Filhos tem como objetivo ensinar às crianças o significado correto de palavras, ajudando-as a expandir seu vocabulário de forma lúdica. Ao relembrar desse jogo, comecei a refletir sobre as palavras que usamos no ambiente corporativo, muitas vezes “importadas” do inglês, e cujo sentido exato se perde na tradução para o português e outras línguas latinas.

Duas dessas palavras são: Responsabilidade e Accountability. Praticamente todas as empresas desejam que seus colaboradores demonstrem tanto responsabilidade quanto accountability, mesmo aquelas que acreditam já possuir esses atributos em abundância.

No entanto, a confusão semântica entre esses dois termos é comum, já que frequentemente são tratados como sinônimos. Mas os dicionários em inglês fazem uma distinção importante:

  • Responsabilidade (Responsibility): “Capaz de prestar contas ou responder por algo sob seu controle ou gestão.”
  • Accountability: “Sujeito à obrigação de relatar, explicar ou justificar algo; responsável e passível de prestar contas.”


Embora a diferença seja sutil, ela se perde ao consultarmos dicionários bilíngues, que frequentemente traduzem ambas as palavras como responsabilidade.

Mas quando e como ouvimos essas palavras no contexto corporativo?

Normalmente, perguntamos quem é o responsável ou o accountable por determinados resultados, especialmente quando as coisas dão errado. Surgem, então, perguntas como: “Quem é o responsável por perder o prazo?” ou “Qual departamento é accountable por não entregar os objetivos?”

Infelizmente, essas perguntas costumam gerar mais frustração do que soluções, perpetuando um ciclo de busca por culpados. Isso é ainda mais frequente em organizações que estão se tornando mais enxutas e horizontais, especialmente no cenário pós-pandemia, com modelos híbridos ou remotos de trabalho.

Focar exclusivamente em Accountability somente como sinônimo de culpa pode levar as pessoas a adotarem comportamentos “abaixo da linha”, como:

  • “Isso teria funcionado, se eu tivesse recebido mais apoio.”
  • “Isso não é meu trabalho.”
  • “Fale com fulano, isso é responsabilidade dele.”
  • “Eles estão errados.”
  • “Não confio no que eles dizem.”
  • “Com essa economia, é difícil fazer qualquer coisa!”


Quando estamos “abaixo da linha”, adotamos uma mentalidade de vítima, que nos paralisa e impede de alcançar nossos objetivos. Para dimensionar o impacto desse comportamento, imagine uma equipe de 300 pessoas, cada uma trabalhando 2.000 horas por ano, com um valor médio da hora de trabalho de R$ 30. Se 10% do tempo dessa equipe for desperdiçado com comportamentos “abaixo da linha”, isso representa um desperdício de R$ 1.800.000. Agora, pergunte-se: quanto tempo sua equipe passa “abaixo da linha”?

Como resolver esse dilema?

Eliminar completamente o tempo “abaixo da linha” é impossível, pois é da natureza humana reclamar e se frustrar. O problema está em permanecer nesse estado por muito tempo.

A solução está em adotar o conceito de Accountability Positiva, definido no best-seller The Oz Principle como: “A escolha pessoal de superar suas circunstâncias e demonstrar o compromisso necessário para alcançar os resultados desejados.”

Esse conceito começa com a definição clara dos resultados-chave que se deseja alcançar. Muitas empresas se perdem em um mar de KPIs (um cliente nosso tinha mais de 100), o que pode diluir o foco. Nossa recomendação é concentrar-se em 3 a 5 Resultados-Chave que sejam Marcantes, Mensuráveis e Memoráveis. Dessa forma, todos saberão exatamente pelo que precisam ser accountable.

Outro ponto crucial da Accountability Positiva é que ela é uma escolha pessoal. Começa com cada indivíduo, que decide se mover “acima da linha” ao subir os degraus da Accountability:

  1. Ver (See it®) – Buscar e estar receptivo ao feedback de colegas e líderes para reconhecer lacunas de desempenho.
  2. Assumir (Own it®) – Apenas ao reconhecer o problema, a pessoa pode assumir o compromisso e a responsabilidade psicológica por resolvê-lo.
  3. Resolver (Solve it®) – Depois de assumir o compromisso, a pessoa se capacita, junto com sua equipe, a resolver o problema de forma criativa e sustentável.
  4. Fazer (Do it®) – Uma vez selecionada uma solução eficaz, a equipe a implementa para entregar os Resultados-Chave.


Ao operar “acima da linha”, trocamos o pensamento “não dá para fazer” pela pergunta “O que posso fazer de diferente para alcançar o resultado?”. Dessa forma, accountability deixa de ser uma busca por culpados e passa a ser sinônimo de sucesso e reconhecimento.

Os resultados de nossos clientes que adotaram essa mudança conceitual incluem:

  • 506 dias sem acidentes com afastamento
  • Aumento de 25% nas vendas
  • Crescimento de 200% no lucro em 18 meses


Interessado em levar sua equipe “acima da linha”?

Quer saber mais sobre como a Accountability Positiva pode transformar os resultados da sua organização? Agende uma conversa diretamente comigo e entenda como o Workshop de Accountability da Culture Partners pode ser o ponto de virada para sua equipe. Vamos juntos explorar como implementar essas práticas e alcançar resultados marcantes, mensuráveis e memoráveis

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